CHEGADA DA FAMÍLIA REAL AO BRASIL
Há mais de 200 anos, o mundo passava por grandes transformações. O fim da Revolução Francesa alterou o quadro político-social da França, iniciando a Idade Contemporânea. Napoleão, imperador da França, iniciava uma expansão territorial por todo o continente europeu. Desse modo, todos estavam fugindo do exército de Napoleão, o poderoso imperador francês, que já havia conquistado quase a Europa inteira. E adivinha só? Sobrou para nós aqui no Brasil!
Naquela época, o Brasil ainda era uma colônia de Portugal. Tudo o que produzíamos era enviado à metrópole Portugal, que se responsabilizava por comercializar tudo. Isso quer dizer que: não podíamos fazer comércio com outros países, nem ter nossas próprias moedas, jornais e livros. Além do isolamento aqui no Brasil, faltavam boas estradas e moradias para a população mais pobre brasileira.
Mas, por volta de 1807, Portugal, nosso dono, estava sob muitas pressões. De um lado, os franceses (Napoleão) ameaçavam invadir o seu território, caso não cumprissem com a determinação do Bloqueio Continental, ou seja, a proibição de comercializar com os ingleses. Do outro, a interrupção do comércio com a Inglaterra resultaria no colapso da economia portuguesa e represálias dos ingleses. A invasão francesa era iminente. Acompanhe a seguir uma cronologia desses acontecimentos na França e em Portugal:
As tropas francesas comandadas por Jean-Andoche Junot já estavam se aproximando de Lisboa (capital de Portigal) no fim do ano de 1807 quando D. João e a Corte portuguesa bateram em retirada rumo ao Brasil. Isso mesmo! Toda família real portuguesa decidiu fugir para a sua colônia Brasil. Como eu disse: sobrou para nós!
O dia era chuvoso e frio (27 de novembro de 1807). Uma multidão de pessoas acompanhou o carregamento da gigantesca carga da família real no porto de Lisboa. Essa esquadra portuguesa veio protegida pela marinha de guerra inglesa. Trazia entre 10 mil e 15 mil pessoas amontoadas dentro de vários návios: fidalgos, funcionários públicos, militares e eclesiásticos, além da Rainha D. Maria I e do Príncipe-Regente D. João, com sua esposa, D. Carlota Joaquina, seus filhos, D. Pedro, então com nove anos de idade, D. Miguel e as cinco princesas.
Na fuga, trouxeram a metade do dinheiro circulante no Reino de Portugal e tudo mais que puderam carregar. D. Maria I havia sido declarada louca, razão pela qual D. João era o Príncipe Regente. Com o passar do tempo ele passaria a ser D. João VI, isso após a morte da sua mãe.
Quando a família real portuguesa veio para cá, uma nova Era na história do Brasil começou. Por ter virado sede de um império, tornou-se um lugar mais importante. Instalado aqui, D. João VI criou o primeiro banco, o primeiro jardim botânico, o primeiro jornal, etc. Ainda melhorou as condições de vida no Rio, além de permitir que outros países fizessem comércio conosco. No entanto, a vida da população pobre não mudou em nada. Muito pelo contrário. Passou a ser mais difícil ainda!